10 de out. de 2012

O Barba Azul


Era uma vez um rico cavalheiro que adquiriu muitas propriedades espalhadas ao longo de vários reinos. Ele viajava muito de um lugar para outro, jamais permanecendo por muito tempo num local, para que ninguém soubesse exatamente onde residia nem o que fazia ou com quem. Por isso havia muita curiosidade e especulação sobre ele.

Essas circunstâncias eram agravadas por seu aspecto, que parecia confirmar sua aparente excentricidade, pois ele era tão desafortunado que possuía uma barba azul. Seu misterioso estilo de vida, aliado à sua aparência peculiar, depunha contra ele de modo provavelmente injusto e o reputava como dono de um caráter duvidoso. Seu sobrenome foi esquecido e ele era conhecido simplesmente como Barba Azul.

A misteriosa vida de Barba Azul era assunto habitual das conversas entre vizinhos de suas inúmeras mansões, castelos e propriedades, e, como as histórias contadas sobre ele, sua reputação se tornava mais e mais escandalosa. De fato, acreditava-se firmemente que Barba Azul possuía tantas propriedades exclusivamente para abrigar inúmeras esposas. Mas, como elas não apareciam, ficava estabelecido que tinham sofrido alguma tragédia. Ninguém sabia dizer ao certo quem eram as mulheres. No entanto, as damas se retraíam de medo sempre que Barba Azul se aproximava.

Acontece que uma das vizinhas de Barba Azul era uma viúva com duas filhas adultas. Ao visitar sua propriedade naquela região, Barba Azul notou as filhas e, logo depois, revelou à viúva seu desejo de se casar com uma delas, deixando que as próprias moças escolhessem com quem seria. Porém, diante da oferta de Barba Azul, as filhas da viúva o passaram repetidamente uma à outra, já que nenhuma das duas gostava da idéia de ter um marido de aspecto tão medonho e passado tão duvidoso. Assim, elas o recusaram seguidamente, até que Barba Azul, no empenho de ganhar a afeição de uma ou de outra, as convidou para um de seus castelos distantes. Elas logo aceitaram, pois estavam curiosas por saber como vivia Barba Azul e averiguar se eram verdadeiros os boatos sobre sua fortuna extraordinária e suas excentricidades.

Então a viúva e suas duas filhas, junto com um grupo de amigos íntimos, foram se hospedar no castelo de Barba Azul. Todos permaneceram como convidados um mês inteiro, período que transcorreu com inúmeras festas, belos jantares e outros tipos de divertimento que ninguém queria que acabasse, muito menos as filhas da viúva. Aliás, a visita correu tão bem que a irmã mais velha começou a achar que Barba Azul já não era tão temível de ser olhado, e até sua barba já não parecia tão azul.

Pouco tempo depois, Barba Azul e a filha mais velha da viúva estavam casados. E, apesar dos boatos sobre ele, sua noiva encontrou um marido amável e atencioso, que não economizava para prover todos os seus desejos. Ela ingressou contente em sua nova vida com ele.

Porém, como todos que já foram casados sabem, há muita coisa que não se descobre sobre o outro até um bom tempo depois do casamento. Certo dia, a esposa de Barba Azul descobriu isso, quando o marido se preparava para partir rumo a uma longa viagem que o manteria afastado por pelo menos uma semana, cuidando de negócios. Ela estava decepcionada pelo fato de o marido se ausentar tão rápido após o casamento, mas Barba Azul logo lhe sugeriu que se divertisse, dando festas e enchendo o castelo de convidados. Deu-lhe uma argola com muitas chaves que abriam todas as portas dos cômodos, dando acesso a todos os pertences em seus interiores, de modo que ela tivesse qualquer coisa que seu coração desejasse.

Mas, subitamente, a fisionomia de Barba Azul ficou séria. Ele apontou para uma chave pequenina, de aparência estranha, presa à argola. Ao mostrar a chave à esposa, Barba Azul explicou que era da porta de um pequeno cômodo no final do corredor, no andar térreo do castelo. Sem maiores explicações, Barba Azul proibiu terminantemente que ela usasse a chave e entrasse no cômodo, alertando-a que sofreria imensamente caso o desobedecesse. Apesar de suas repetidas tentativas para saber a razão dessa proibição, ela nada conseguiu. Ela olhava a pequena chave enquanto o marido se despedia carinhosamente.

É de se pensar que a esposa de Barba Azul estivesse ávida por chamar seus amigos e dar uma grande festa, mas, na verdade, enquanto via a carruagem do marido se afastar através da janela, ela foi tomada pela curiosidade de saber o que havia no quartinho no fim do corredor térreo do castelo. E, de fato, a pobre dama não conseguia pensar em mais nada, tornando-se totalmente incapaz de encontrar prazer nos inúmeros luxos que estavam diante dela.

Levando a chavinha até o quarto proibido, ela ficava de um lado para o outro dos longos corredores do castelo de Barba Azul, refletindo sobre o aviso dado pelo marido. A certa altura, ela se viu em pé na soleira da porta do quarto no qual sua entrada fora proibida. -Preciso dar uma olhada aí dentro, ou não terei paz – ponderou ela.

Sem pensar mais sobre o assunto, ela cuidadosamente encaixou a pequena chave no buraco da fechadura e virou a maçaneta. Ao soltá-la, a porta se abriu, mas o quarto estava um breu, com as cortinas fechadas. Ela percorreu os bolsos em busca de fósforos e, ao achá-los, rapidamente acendeu um.

Ela deu um passo à frente assim que seus olhos, acostumando-se à escuridão, pousaram sobre uma mesa imensa. Havia algemas presas à mesa, com o propósito óbvio de prender alguém. Seus olhos se arregalaram.

Em outra parte do quarto ela viu uma corda grossa pendendo do teto. Mais ou menos no meio da corda havia uma algema e, logo abaixo, a corda se dividia em duas partes ligadas a outra algema presa ao chão. Numa parede próxima havia várias tiras de couro, de diversos comprimentos e larguras.

Ao olhar os objetos horrorizada, a esposa de Barba Azul subitamente lembrou dos inúmeros boatos que ouvira sobre as esposas anteriores do marido, todas supostamente mortas. De repente, lhe ocorreu que ele provavelmente as teria matado nesse mesmo quarto, já que, sob seu olhar inexperiente, os objetos que via ali não serviam para outro propósito.

Mas não havia mais tempo para pensar sobre a questão e, naquele exato momento o fósforo que ela segurava lhe queimou os dedos. Com um rápido gemido, a moça largou no chão o fósforo e a argola com as chaves, aterrorizada. Tremendo muito, ela apalpou em busca das chaves na escuridão e, finalmente após encontrá-las, saiu correndo do quarto proibido, passando pelo corredor, e entrou na primeira porta que encontrou aberta. Desabou numa cadeira.

Apavorada, ela lentamente foi recobrando a compostura. Dizia a si mesma que o marido não teria como saber que ela entrara no quarto – pois não tocara em nada. Pensando nisso, ela olhou o chaveiro e suspirou. Seria só sua imaginação, ou a chavinha do quarto proibido havia mudado? Sim, ela se tornara vermelho vivo!

Essa descoberta fez com que seu coração voltasse a disparar e, desesperada, ela pegou uma ponta de seu casaquinho e esfregou a chave vigorosamente, mas, apesar de todo o seu empenho, o vermelho não saía da chave. Depois de um tempo ela percebeu que se tratava de uma chave encantada e, se seu marido a visse, saberia que ela o havia desobedecido. Mas ela pensou:

-Se eu tirar a chave da argola, talvez Barba Azul acredite que ela se perdeu.

Ao pensar nisso, uma sombra escura recaiu sobre ela. Ao olhar para cima, ela viu ninguém menos que Barba Azul, em pé, à sua frente. Ela escondeu as chaves atrás de si e tentou desesperadamente parecer feliz ao vê-lo, mas ele podia ver em seu rosto, mais pálido que a morte, que ela entrara no quarto proibido.

Entretanto, Barba Azul não acusou a esposa imediatamente. Em vez disso, falou com ela de forma agradável, contando-lhe que, ao se aproximar da cidade, encontrara um mensageiro que vinha ao seu encontro para dizer que o negócio havia sido concluído de forma satisfatória, o que tornava sua viagem desnecessária. Ele explicou tudo isso amavelmente, porém a pobre esposa não saberia dizer nada do que fora dito, de tão preocupada que estava.

Mas, por fim, Barba Azul pediu gentilmente à esposa que lhe desse a argola com as chaves. Como você pode imaginar, a moça fez tudo o que podia para retardar a entrega, mas o marido não mudava de assunto, e ela acabou lhe dando as chaves.

Barba Azul as examinou cuidadosamente, depois lhe disse:
 – Por que a chave que a proibi de usar ficou vermelha?

Ao ouvir isso, ela explodiu em lágrimas e confessou tudo, implorando que o marido a perdoasse. Mas Barba Azul agarrou-a vorazmente, arrastando-a, propositalmente, até o quartinho no fim do corredor, dizendo:
– Agora você irá conhecer seu próprio destino naquele quarto!

A pobre mulher suplicou ao marido por piedade, com lágrimas correndo por seu lindo rosto, de modo que o mais duro dos corações teria amolecido. Mas Barba Azul virou o rosto, destrancando o quarto rapidamente, forçando a esposa relutante a entrar, e entrando em seguida. Depois trancou a porta atrás deles.

A esposa de Barba Azul subitamente ficou em silêncio, aguardando, em pé, no quarto escuro. Sem qualquer dificuldade ou hesitação, Barba Azul logo acendeu uma lanterna e a colocou numa mesinha, próximo à mesa com as algemas. Depois se aproximou da esposa.

Ela prendeu a respiração completamente aterrorizada, enquanto Barba Azul levou a mão até seu rosto e suavemente o acariciou, antes de baixar as mãos até seu pescoço, cuidadosamente pegando abaixo da gola de lese de seu vestido. Ela apertou os olhos, pensando que ele a estrangularia naquele mesmo instante. E, extraordinariamente, algo dentro dela voltou à vida, ao toque do marido. Ela ainda o amava!

De uma só vez ouviu-se o ruído de um rasgo, e seu vestido foi arrancado e puxado, em pedaços. Depois foi sua roupa de baixo e, antes que seus olhos se acostumassem à luz fraca, ela se viu diante do marido sem um fiapo de roupa sequer. Ela sentia novas lágrimas brotando em seus olhos, ao lembrar o carinho com que ele a segurara nos braços, apenas horas antes. O fato de que ele poderia matá-la (o que acreditava que ele estivesse prestes a fazer) partia seu coração.

Barba Azul conduziu a esposa até a corda que a deixara pensativa instantes antes. Com grande habilidade ele prendeu seus punhos à algema central, ajustando-a de forma que os braços ficassem estendidos acima da cabeça. Depois prendeu as algemas dos pés ao chão, que tinham uma distância que lhe causava uma sensação constrangedora. Horrorizada demais para falar, ela permanecia aberta e esticada, muda e trêmula. Assim, após confiná-la, Barba Azul se aproximou da parede de onde pendiam as inúmeras cordas. Vendo que o marido as examinava criteriosamente, ocorreu-lhe o que seriam aquelas tiras de couro e como ele as usaria nela. Ao perceber isso, ela compreendeu também que sua vida não estava em perigo, mas ela estava apreensiva demais pelos horrores encobertos para que pudesse ter algum alívio. Ela começou a lutar com as amarras ao ver que ele escolhera uma tira negra grossa. Barba Azul se virou na direção da esposa dizendo: 
– Pelo grande amor que lhe tenho, você levará apenas trinta chicotadas.

Após um segundo de choque e silêncio, a esposa de Barba Azul começou novamente a rogar por clemência. Ele ignorou com a mesma calma e tom casual, prosseguindo um pouco mais alto para sobrepor seus gritos.

-Você irá contar as chicotadas à medida que eu as proferir. Se pular uma sequer, começarei do início. E também terá de aceitá-las por vontade própria, reconhecendo que as merece. Pode gritar, mas não poderá protestar, ou começarei novamente.

Logo após esse temeroso discurso, Barba Azul largou o chicote que voou brutalmente nas costas da esposa, pela primeira vez. Ela gritou e novas lágrimas brotaram em seus olhos.

-Começaremos novamente – foi a resposta cruel de Barba Azul e outra vez o chicote atingiu a carne de sua mulher. Dessa vez ela anunciou:

Um instante depois outra chicotada a atingiu, e ela ouviu a própria voz gritar: 
- Dois! 
Choque e horror se misturavam à sua vergonha e, ainda assim, com o próximo golpe do chicote ela conseguiu gritar:
-Três!

Barba Azul continuou a investida, e a esposa obedientemente gritava o número correspondente de cada uma das dolorosas chicotadas. Sistematicamente, Barba Azul parava para perguntar:

“Quantas chicotadas ainda quer, meu amor?”, ou “Diga-me, quantas chicotadas ainda devo lhe dar?”, ao que ela era forçada a responder com a quantidade restante para completar as trinta chicotadas. De alguma forma ela conseguiu fazer tudo isso, apesar de sua pele ter tomado um tom de vermelho ardente, muito antes de terminarem os trinta golpes.

Quando ela finalmente suportou a contagem, o marido se aproximou e carinhosamente beijou-lhe o rosto e lábios. Apesar de agora saber que ele não a mataria, ela ainda pensava no que estaria por vir. Mesmo assim, se viu retribuindo seus beijos, em parte por alívio, em parte por uma necessidade nova e incompreensível que crescia dentro dela. Ela começou a dizer palavras profundamente suaves de perdão e amor. Mas Barba Azul afastou os lábios dos dela, repreendendo-a carinhosamente.

-Uma esposa amorosa não lança mão de algo que não lhe foi livremente dado pelo marido.

Barba Azul cuidadosamente soltou as mãos e os pés da esposa, puxando-a para seus braços, carregando-a até a mesa das algemas. Ele a colocou sobre a mesa com cuidado, posicionando seu corpo para que ficasse sobre as mãos e joelhos, com as pernas bem afastadas. Depois Barba Azul forçou sua cabeça abaixo, para a mesa, e colocou inúmeros prendedores ao redor de seu pescoço para mantê-la no lugar.

Ela estava profundamente humilhada e agitada pelo fato de suas partes mais íntimas estarem à mostra.

Horrorizada, ela percebeu que o marido caminhara até aquela ponta da mesa e a observava.

Ela sentia seu hálito morno em seu corpo quando ele se aproximou, depois algo macio e molhado tocou suas partes expostas. Ela levou algum tempo até perceber que era sua língua e gemeu de prazer e apreensão. Ele prosseguiu implacavelmente, até que ela ficasse incapaz de lutar contra os sentimentos de excitação que a tomavam. Ela relutava sob as amarras, no empenho de aumentar seu próprio prazer. Mas, pouco antes de atingir o clímax, o marido parou, deixando-a ansiosa e aflita. Ele repetiu esse processo várias vezes e, a cada uma delas, provocava sua submissão perguntando:

-A quem obedecerás desse dia em diante? -E, a cada pergunta, o que mais poderia ela dizer, além de prontamente reconhecer seu poder e obedecê-lo?

Barba Azul continuou provocando a esposa desta forma por um tempo que, para ela, pareceu uma eternidade. Porém, ele subitamente parou e caminhou até o lado oposto da mesa, posicionando-se diretamente em frente a ela. Depois lhe soltou o pescoço e ergueu-lhe a cabeça. Já estava com as calças abertas e sua excitação estava a apenas alguns centímetros de seus lábios.

Ela hesitou por apenas alguns instantes antes de entender o que ele tinha em mente. Depois o tomou vorazmente, sentindo um apetite feroz em satisfazê-lo de qualquer maneira que ele a deixasse. Ele a observava atentamente, enquanto ela se deleitava com o prazer que lhe proporcionava.

Ela o tomava em golpes cada vez mais fortes e rápidos, mas quando ele estava a ponto de explodir, ela recuou da mesma forma como ele fizera com ela. Naquele instante os olhares se encontraram, e ela pôde ver a exigência silenciosa. Hipnotizada por seu olhar poderoso, ela arqueou o pescoço e, num gesto submisso, o tomou novamente, realmente o saboreando.

Ao terminar, Barba Azul voltou a colocar carinho somente a esposa sobre a mesa e prendeu seu pescoço como antes. Depois saiu da sala.

Ela aguardou seu regresso em total agonia.

Ele finalmente voltou, carregando um pequeno frasco. Mais uma vez se colocou ao pé da mesa. Ela esperava ofegante enquanto o marido preparava seu próximo ato.

Ela sentiu uma sensação fria adentrando seu corpo e relutou para se afastar, mas Barba Azul a aquietou, segurando-a firmemente com sua mão livre. Algo a estava perfurando! Algo terrivelmente frio!

Ela lentamente percebeu que só podia ser algum tipo de objeto volumoso feito de líquido congelado, por sentir a penetração aguda e subseqüente umidade, à medida que o objeto derretia.

O frio despertou-lhe os sentidos, tornando-os mais alertas, de modo que o desejo que ela sentia foi se tornando doloroso. Mas antes que a dor se transformasse em prazer, o objeto se dissolveu. Ela gemia queixosa enquanto o marido lentamente repetia o processo e ria de vez em quando de sua óbvia irritação. Mas ela não percebia nada além da deliciosa tortura entre suas pernas.

Isso continuou até que a esposa de Barba Azul ficasse febril e trêmula. Ao vê-la assim, ele parou subitamente a ação agonizante e voltou a deixá-la sozinha no quarto. Ela gemeu baixinho. Havia uma dor excruciante pulsando ao longo de seu corpo e a posição em que ela se encontrava tornava impossível eliminá-la. A dor pungente latejava entre suas pernas, alastrando-se lentamente por seu tronco e membros. Ela sabia que teria de esperar até que o marido quisesse aliviá-la. E esperou.

Barba Azul finalmente voltou ao quarto, trazendo consigo outro recipiente. Ela prendeu novamente a respiração, conforme o marido retomou sua posição.

Dessa vez foram as mãos de Barba Azul que ela sentiu, acariciando-a. Ela gemeu de prazer, mas, segundos depois, sentiu um calor ardente no local onde ele havia esfregado, e gritou de frustração. Barba Azul voltou a aquietá-la e a manteve firme, mas o movimento de sua mão ficava mais brutal, furiosamente a detendo, até que ela não sentia nada além da queimação do lugar onde ele friccionara. Mas essa dor também deu lugar ao prazer, e ela alternava entre gritos e gemidos, num instante tremulando os lábios violentamente, no intuito de fugir de seu carinho torturante, logo depois movendo os quadris de encontro às suas mãos para aumentar o prazer. Mas ele sempre parava quando percebia sua satisfação e, à procura do ungüento misterioso, ele reiniciava o processo, abrindo-a, forçando o calor profundamente dentro dela.

Finalmente, a pobre dama já havia suportado tudo que podia, e começou a chorar desoladamente. Desgostoso por ver a esposa tão infeliz e pensando que ela já havia sido suficientemente punida, Barba Azul rapidamente soltou-lhe os membros e a ergueu na mesa. Ele a segurou firme nos braços e beijou seu rosto molhado repetidamente, confortando-a com palavras amorosas. Mas ela continuava a soluçar.

Percebendo o que a esposa queria, Barba Azul logo a puxou para si, penetrando seu corpo latejante. Ele fez amor com ela suavemente, pelo tempo que ela quis. Eles permaneceram ali, na verdade, pelo restante do dia, e dessa vez ele a satisfez repetidamente, até que seu sofrimento fosse inteiramente esquecido.

Assim como esquecidas as suas promessas de obedecer o marido, me atrevo a dizer que eles voltaram a visitar aquele quarto outra vez!

Madore, Nancy. Contos de fadas eróticos. Trad. Alice Klesck. HR. Rio de Janeiro. 2007.

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